A UFF conta com o Projeto Cinderela que resgata a autoestima e esperança das pacientes durante o tratamento.
Por Samuel Ozório
O câncer de mama é o tipo de tumor mais incidente em mulheres ao redor do mundo, de acordo com o Observatório Global do Câncer. Uma das formas mais comuns de se tratar a doença é a quimioterapia, uma estratégia de ataque direto aos nódulos. Porém, um dos efeitos colaterais da quimioterapia é a queda dos cabelos, um momento de muita sensibilização emocional para muitas mulheres. É nessa hora de vulnerabilidade que uma mão estendida pode fazer toda a diferença.
Quem viveu isso em primeira mão foi Roberta (47), que teve câncer de mama estágio 3 em 2018. Devido ao quadro avançado, ela iniciou a quimioterapia, a fase mais desafiadora da doença. Ela, que sempre gostou dos seus cabelos longos, perdeu as madeixas rapidamente e optou por raspar a cabeça.
“Meu primeiro pensamento foi a sensação de morte. O câncer é uma célula maligna e os efeitos do tratamento são terríveis, porém, necessários.”, ela disse em trecho do relato dado à equipe do Alô Gragoatá. Quando questionada sobre a quimioterapia, ela respondeu: “A notícia vem como um choque, principalmente quando temos o cabelo comprido. Porém, do que adianta um cabelão enfeitando um corpo no caixão? Na luta contra o câncer, sobreviver é prioridade.”
Hoje recuperada, ela reconhece que participar de grupos de apoio à autoestima e vaidade feminina a ajudaram a suportar a luta: “Esse tipo de apoio é fundamental. Eu participei do Unidas pela vida. Foi crucial pra mim, porque Estímulos para auto estima dão um up no tratamento.”
Foto 1: Roberta antes, durante e após o tratamento.
Reprodução: arquivo pessoal.
É exatamente para ajudar outras mulheres como Roberta que nasceu na UFF o Projeto Cinderela. A iniciativa cuida de mulheres que lidam para recuperar o amor próprio após receberem o diagnóstico do câncer ou da alopecia, uma doença que provoca a queda dos fios. Algumas das atividades oferecidas são oficinas de realização de turbantes e maquiagens, além da distribuição de acessórios. Todos esses esforços são realizados para melhorar a confiança das pacientes e fazê-las lembrar que a beleza vai além dos fios perdidos.
Em entrevista concedida à equipe do blog, Mariane Froufe, uma das fundadoras do projeto, falou um pouco sobre como nasceu a iniciativa e sua importância: “A ideia nasceu há oito anos enquanto conversava com uma amiga que cursava odontologia na UFF. Queríamos fazer algo filantrópico, e como sou maquiadora, ela teve a ideia de usarmos a maquiagem pra ajudarmos mulheres em tratamento contra o câncer. projeto funciona regularmente na UFF.”
Foto 2: Foto de uma ação do projeto em 2019
Reprodução: Facebook
Ainda segundo Mariane, os objetivos vão além de apenas melhorar a aparência, mas têm resultado clínico. “Existem estudos que apontam para a diminuição da dor durante o tratamento. Por isso é importante se sentir bem, bonita e ter esperança para que as respostas ao tratamento sejam mais efetivas.”
O Projeto aceita materiais que possam ajudar nas ações. As doações podem ser deixadas na Faculdade de Odontologia, na rua Mário Santos Braga, 28 - Centro, ou com alguma das voluntárias.
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