O que você faz em dois minutos ou menos? Na UFF se faz cinema!

O Festival doc.com acontece no dia 01/12 e recebe curtas dos alunos de comunicação social.

Por Patrick Chaia

Símbolo é o que evoca, representa ou substitui algo abstrato ou ausente. Simbolismo é a expressão por meio desses mesmos símbolos, normalmente utilizado em busca de algum propósito. E o que isso tem a ver com o cinema? Tudo. A produção audiovisual envolve uma união entre sentimentos, simbolismo e mensagem. É a comunicação em estado catártico, quando se tratam de obras ficcionais, mas também possuem sua dose de magia mesmo que diretas e objetivas, como peças publicitárias e obras documentais, porque unir imagem, som e mensagem, gerando um fluxo comunicacional entre emissor e receptor, não deixa de ser mágico. 

O festival doc.com, apelidado carinhosamente de festival do minuto, acontece na quinta-feira, dia 1º de dezembro, a partir das 17h30min, na sala Interartes, no prédio do Instituto de Artes e Comunicação Social da UFF. O evento reúne obras documentais, ficcionais e peças publicitárias de alunos de jornalismo e publicidade e propaganda da universidade, com vídeos de até um minuto em formato vertical, e de até dois minutos no formato horizontal. Nesta edição, a temática será livre e contará com uma categoria especial: o PROPESQ. Os participantes do evento que quiserem participar dessa categoria deverão produzir uma peça publicitária que envolva o biscoito globo. 



Foto 1: Sala Interartes

Reprodução: http://iacs.sites.uff.br/reserva-sala-interartes/

Tatiane Mendes, professora da Universidade Federal Fluminense, é a idealizadora do projeto. Ela relata que o início do festival foi em 2020, na Universidade Estácio de Sá, contando apenas com alunos de jornalismo da disciplina de documentário. As obras reunidas no festival seriam médias-metragem, de no máximo 20 minutos. Quando Tatiane chega na UFF em 2021, ela busca reproduzir o festival em parceria com o Laboratório de Investigação em Comunicação Comunitária e Publicidade Social (LACCOPS) e o Laboratório de Comunicação, Criação Digital e Inovação (LACCRI). A proposta era que os participantes produzissem obras dentre três categorias: filme publicitário, documentário e ficcional. As primeiras edições do evento foram realizadas nos dois semestres de 2021. O projeto foi tão bem recebido que teve sua estreia presencial no primeiro semestre de 2022, com a temática sobre direitos humanos durante a pandemia. 

A idealizadora do festival, que tem formação e já atuou na área do cinema, conta de sua paixão pela sétima arte e fala sobre a importância do audiovisual: “Minha relação com o cinema também é uma relação de muito amor, sou muito apaixonada por cinema, gosto da linguagem documental. Já fiz uma formação também em cinema de arquivo, então tem, também, esses atravessamentos. Eu acho que a linguagem audiovisual, ela ajuda a gente a pensar muito, pensar o mundo em que a gente vive, pensar o contexto que a gente vive, então é importante, é muito importante. E também é um diálogo da comunicação com as linguagens da arte.”

O festival celebra o audiovisual, evocando toda sua magia, ao mesmo tempo em que abre portas e gera oportunidades para que os graduandos de comunicação social exponham seu talento, possivelmente pela primeira vez. 


A organização do evento

Por detrás dos bastidores, os detalhes do evento são de responsabilidade dos alunos da disciplina de comunicação digital, ministrada pela Professora Tatiane Mendes. A turma foi dividida em grupos, onde cada um possui uma função em relação à organização, incluindo a comunicação do festival. Júlia Saraiva e Caio, graduandos de publicidade e propaganda que cursam a disciplina neste semestre, participam, respectivamente, da divulgação de stories no instagram do evento e da criação de artes para as redes sociais. Ambos reforçaram a importância do festival do minuto como um espaço de visibilidade e, como relata Caio: “Um primeiro passo para conhecer esse mundo”, referindo-se ao audiovisual em geral.

 

Ex-participantes e vencedores do Festival do Minuto

No primeiro semestre de 2022, o aluno de publicidade e propaganda, Jota Laurindo, participou da organização do festival na parte de planejamento de mídias sociais. Ele nos contou sobre a importância do evento e sobre sua experiência como organizador e participante, visto que submeteu um curta de sua autoria para o festival. “Desde o começo eu sempre falei com a Tatiane, quando ela pensou no doc.com, que eu achava de extrema importância porque, querendo ou não, dentro do curso de comunicação social, tanto no jornalismo quanto na publicidade, a gente acaba não tendo tantas matérias pra explorar a nossa criatividade dentro do meio audiovisual. Então, ter um local que a gente pode estar submetendo os trabalhos para outras pessoas verem, e a gente conseguir passar o que a gente quer passar através dos trabalhos audiovisuais é algo muito importante pra mim, enquanto uma pessoa que gosta de trabalhar com audiovisual.”, relatou Jota. 

Sobre seu curta, ele comenta: “Participei com um vídeo que fiz pra matéria de psicologia no segundo período. É um vídeo meio que falando sobre minha negritude, me descobrindo enquanto uma pessoa negra. A inspiração veio a partir de uma série que eu assisti, que é Colin em Preto e Branco, que me tocou bastante. Eu falei: cara, eu vou relacionar isso com o texto que eu li dessa matéria e ver o que eu consigo tirar, e saiu um vídeo que eu sou apaixonado até hoje; tanto que ta no meu instagram.”

Dois ganhadores da última edição, Lucas Gouveia e Rafaella Azevedo, também alunos de publicidade e propaganda, falaram sobre o trabalho que os rendeu o prêmio. O curta “Uma estrela no céu, uma raiz no chão'', concorreu na categoria ficção e levou um troféu através do voto popular. “Uma experiência melancólica, eu e a Rafaella. É como se fosse uma coisa muito existencial, uma coisa muito sentimental. Fala sobre um poema que a Rafaella escreveu e eu complementei ela, e o curta são os visuais desse poema; como a gente imaginava que esse poema ficaria em vida.”, relatou Gouveia sobre a origem da obra. 

Rafaella, por fim, conta da surpresa ao ganharem o prêmio através do voto do público: “Foi a sensação de ganhar um Oscar! A gente ficou eufórico com a possibilidade e quando virou realidade foi incrível mesmo. Foi um trabalho feito com tanto afeto e falando do que a gente gostaria de ver e ouvir. A gente até combinou uma paleta de cores para o dia! Muitas emoções!”


Foto 2: Rafaella Azevedo e Lucas Gouveia, vencedores de uma das categorias do doc.com

Reprodução: Arquivo Pessoal de Lucas Gouveia

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