"É uma discrepância enorme o novo IACS e os outros blocos do Gragoatá. Principalmente os mais antigos"


Como a inauguração do Novo Iacs realça problemas estruturais no campus do Gragoatá

Por Rômulo

A abertura da nova sede do Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS) da Universidade Federal Fluminense, no dia 13 de abril, dentro do campus do Gragoatá, evidenciou ainda mais um problema que a universidade enfrenta: a precarização de alguns prédios dentro de seus campi, o que levantou debates sobre a estrutura da UFF.

Com um orçamento aproximado de R$30 milhões, o novo prédio do IACS foi uma parceria da UFF com a prefeitura de Niterói. A sede conta com 110 salas, 11 blocos, anfiteatro, sala de exposição, pátio, tudo isso visando, segundo o prefeito Axel Grael, “qualificar serviços e acolher cada vez mais alunos, fazendo de Niterói uma potência na área da comunicação social e da produção audiovisual.”


Foto: Obras ocorridas na nova sede do IACS

Reprodução: O Fluminense 


Apesar de toda a atenção e investimento, a construção do novo IACS é “uma reposição de algo que deveria ter ocorrido há muito tempo”, afirma Bruno Pacheco, técnico em audiovisual do IACS. Ele explica que, no passado, o Casarão (como é conhecida a antiga sede) já não estava mais dando conta da quantidade de estudantes que tinha, com cerca de 1500 alunos. Porém, nos dias atuais esse número duplicou, tornando inviável a permanência no prédio antigo. Ele afirma que  “a condição do IACS era a pior da UFF” quando os blocos do Gragoatá estavam sendo construídos e rasga elogios aos recursos disponibilizados e à nova estrutura.

Ainda que o novo IACS seja um símbolo de mudança e tecnologia, os blocos mais antigos do campus do Gragoatá carecem de atenção. Olívia Dias, estudante de serviço social, disse: “eu entendo a necessidade de um novo prédio pro IACS devido a situação do Casarão, mas é uma discrepância enorme o novo IACS e os outros blocos do Gragoatá. Principalmente os mais antigos”. Em seu depoimento, a aluna relata que há um descaso muito grande acerca desse problema e isso, muitas vezes, faz com que os alunos não se sintam ouvidos, nem visibilizados. "Os estudantes para terem o mínimo dentro do seu bloco precisam fazer uma mobilização enorme e nem tem direito a resposta”, completou a estudante.

Por fim, a universitária propôs uma pesquisa de campo com o objetivo de sondar as maiores necessidades dos blocos e cursos, que apresentam, muitas vezes, problemas comuns. Ela acredita ser esse um primeiro passo e diz: “pouco para o que que precisa ser feito, porém, ainda sim, uma iniciativa.”


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